Chamo-me Rita, tenho 18 anos e sou de Lisboa. Tive o meu primeiro cão com 14 anos e não percebia nada do assunto, nao tinha consciência da responsabilidade ou dos cuidados que era preciso. Sabia apenas que precisavam de comer, ir á rua e ao veterinário. Os meus pais nao queriam caes em casa, para eles ja chegava a porca da india, a mica e o rato, jokas. A maya juntou-se á nossa familia e ficou totalmente ao meu cuidado. Este ano (2012) a nossa familia cresceu e veio o Lenny, ja tinha uma maneira diferente de ver as coisas e dei-lhe uma melhor educação. Foi graças ao Lenny que entrei no mundo do treino e que cada vez gosto mais :)

Cumplicidade

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sexta-feira, 6 de abril de 2012

"consciência para a pascoa"

http://www.partidoanimaisnatureza.com/artigos-de-opiniao/335-uma-semana-pouco-santa.html


"Artigo de Opinião de Sandra Cardoso, Comissária Política Nacional

Estamos na semana Santa, que culmina no almoço de domingo de Páscoa onde se reúnem as famílias à mesa. Pais e filhos, avós, tios, amigos, namorados, primos, celebram o amor, paz e tranquilidade.
Com estas palavras não é a minha intenção tirar um segundo da paz ou do amor que possam ter neste dia, apenas pretendo relatar-vos o outro lado, o lado do animal que em muitas mesas vai estar presente, porque afinal diz-se ser uma tradição comer o cabrito ou borrego nesta refeição.
Quero apenas descrever o que vi, o que acontece, o que está neste preciso momento a acontecer, e tal como eu, possivelmente você não sabe… ou não sabia.
Em Portugal, milhares de ovinos  e caprinos têm o seu ciclo reprodutivo sincronizado tendo já em conta o pico de consumo nesta altura do ano. Dados do INE de 2007 indicam a existência de um efectivo de pouco mais de 2 milhões de cabeças de gado ovino e de 350 mil cabeças de gado caprino em Portugal. Neste momento, dezenas de milhares de mães ovelhas e cabras, muitas já experientes, outras mães pela primeira vez, estão já com os seus filhotes, frequentemente apenas uma cria. Encontram-se em explorações intensivas onde estão em grandes grupos, confinadas a pequenos espaços, longe dos seus comportamentos e necessidades naturais, ou em extensivo, com espaços maiores e mais perto do seu habitat natural, mas muito controladas pelos humanos.

Os consumidores, muito provavelmente, quando vão ao talho ou ao supermercado não fazem a mínima ideia que ao comprar um borrego ou um cabrito com um peso entre os 5 e os 10 ou mesmo os 15 kg, estão na realidade a comprar animais bébés que ainda mamavam no seu estado natural e que na verdade foram arrancados das suas mães. Porque se fossem animais ditos de carne estavam com as suas mães, se fossem animais ditos de leite, teriam sido retirados para seu desespero e das suas mães às 12 ou 24 horas e metidos em parques onde iriam ser alimentados por máquinas com leite artificial, de forma a que o produtor pudesse vender todo o leite das suas mães.
Por esta altura do ano, a grande maioria das crias tem entre 1 e 3 meses de idade, devido ao maneio reprodutivo e à sincronização de cios tendo em conta as necessidades dos consumidores e a maximização das vendas dos produtores da carne ovina e caprina.

E é aqui que vos passo a contar uma das coisas mais cruéis a que já assisti. No abate industrial, os animais são transportados em camiões, depois de retirados às mães, que tentam proteger os seus filhos em grupos, colocando-os no meio, sem sucesso, e que gritam com as vocalizações que dispõem até deixarem de ouvir os seus filhotes a pedirem ajuda. Por sua vez, este camião chega ao cais de descarga do matadouro e os animais que são devidamente licenciados e devidamente fiscalizados são insensibilizados com uma descarga eléctrica. Como são muitos, quando são colocados no tapete para seguirem para a sangria, e como é um procedimento feito por uma pessoa a 15 animais de cada vez, o efeito pretendido pode perder-se e embora estejam imóveis,  podem já estar perfeitamente conscientes e sentir dor. Portanto, os animais passam pelo stress de serem retirados abruptamente das mães, transportados amontoados uns em cima dos outros em que chegam a ficar feridos e doentes e depois o método de insensibilização não é funcional, porque apenas tem uma duração de 20 segundos, após os quais alguns animais podem já estar conscientes. Quando são degolados, devido ao tempo decorrido entre a insensibilização e a sangria,  agonizando por vários minutos, o seu coração pára por anoxia ( por perda de oxigénio nos orgãos vitais).
Depois, a deficiente fiscalização efectiva e legislação inadequada permitem que existam situações que não cumprem os poucos  requisitos definidos de bem-estar animal que existem no nosso país e permitem a entrada de carne de outros países que não têm qualquer legislação de bem-estar animal, sem que se saiba como viveram e quanto sofreram estes animais. O consumidor, quando compra, não tem nenhuma informação na etiqueta, ao contrário do que acontece noutros países que, como nós, pertencem à União Europeia.
Pois bem, eu vi, com os meus olhos e todos sabemos que é uma prática corrente e que infelizmente acontece no nosso país, fora do nosso país e que chega aos nossos supermercados. Milhares de animais retirados às mães enquanto a mãe vocaliza pela sua cria, até que a sua cria se entrega à dor e segue o curso da morte e por fim se cala. Aí a mãe desiste e vai para um canto, sozinha. E não vocaliza mais nada. Isto no meio de centenas de outros bebés que nesse dia são igualmente retirados às mães e abatidos naquele espaço. E cada uma delas tem este ritual no preciso momento da morte da sua cria, quando esta pede ajuda à mãe. Como se explica isto? Amor, laços familiares, tudo aquilo que celebramos nesta semana, tudo aquilo que nos liga à nossa própria família … não sei, talvez seja apenas instinto.
Não seria tempo de reflectirmos juntos, com amor e paz, pelo bem de tudo e de todos, de forma a encontrarmos soluções para vivermos com respeito mútuo pelo próximo, incluindo no conceito do próximo a natureza e os animais, que afinal também são capazes de sentir dor e prazer, alegria e medo?
Por fim, quero terminar lembrando apenas que devemos tentar estar informados sobre as nossas escolhas. Hoje relato de forma muito resumida como chega afinal a carne de borrego e de cabrito aos pratos, como são tratados este animais em vida, como é feito o seu transporte até à sua morte e como é realizado o seu abate antes de se tornarem o tal prato na mesa. Este é um dever que temos. E este foi o dever que senti que devia partilhar convosco. "

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