Quando não se tem possibilidades de cuidar de um animal e dar-lhe o mínimo que ele merece, a pessoa deve ter consciência disso e simplesmente não ter um animal porque eles merecem o nosso respeito.
Cadela passa dias com filhotes mortos na barriga e tutora recusa ajuda
27 de maio de 2012 às 16:20
Tutora chegou a pedir ajuda, mas depois se arrependeu e disse para Grupo ‘deixar para lá, pois o animal ia morrer mesmo’
“Não é porque é pobre que as pessoas tratam os seus animais com esse descaso, isso é pura ignorância”, declarou a coordenadora do Grupo Vida Animal de Maceió (GVAM), Luceli Mergulhão, após atender mais um caso de maus-tratos em Maceió. Uma cadela prenha passou dias sofrendo sem conseguir parir os filhotes que já estavam mortos.
A tutora do animal chegou a pedir ajuda do GVAM depois de quatro dias de sofrimento de sua cadela, mas depois desistiu e dizendo que “não precisa vir não, pois ela já está morrendo, tem mais jeito não!”. Com a insistência dos voluntários do GVAM, a mulher chegou a dizer que a cadela já tinha morrido, sendo desmentida por outra pessoa que não se identificou, mas informou o endereço do local.
“É um local na ladeira do óleo onde se vende sucata. Lá eles tem muitos animais, cães de guarda, todos subnutridos, vivendo sob o descaso dos donos”, disse Luceli. “Eles são pobres, realmente, mas achar que po que é cachorro pode viver de qualquer jeito, isso é ignorância”, lamentou.
Ao chegar ao endereço, os voluntários do Grupo encontraram a cadela naquele sofrimento.
“Se existisse uma legislação de verdade, nós denunciaríamos, mas quando se tenta fazer algo, acontece o absurdo que aconteceu como o veto inexplicável do governador”, reclamou a Luceli citando o veto do governador Teotonio Vilela ao Projeto de Lei aprovado na Assembleia que defendia os diretos dos animais em Alagoas.
“Se existisse uma legislação de verdade, nós denunciaríamos, mas quando se tenta fazer algo, acontece o absurdo que aconteceu como o veto inexplicável do governador”, reclamou a Luceli citando o veto do governador Teotonio Vilela ao Projeto de Lei aprovado na Assembleia que defendia os diretos dos animais em Alagoas.
De acordo com a voluntária, o GVAM, como não tem sede fixa, e a casa dos voluntários já esta cheia de animais recolhidos, nos casos de animais que têm tutor, mesmo que sejam pobres, são devolvidos. Segundo Luceli, a tutora desse animal procurou o GVAM se disse arrependida e garantiu que queria o animal de volta e, mesmo contrariada, a voluntária diz que esse é o único jeito.
“Não se tem muito o que fazer. Nesse caso, a cadela foi recolhida, passou por tratamento veterinário, onde foi realizada uma cesárea para tirar os filhotes que estavam podres dentro dela, depois foi castrada e devolvida à dona”, detalhou a protetora. “Não denunciamos mais, pois o máximo que acontece é deixar a pessoa com a ficha suja. Agora nós procuramos orientar o tutor e esperar que não aconteça mais”, disse.
A cadelinha ainda está sob os tratamento do GVAM, pois ainda não se recuperou totalmente.
Ignorância
Para Luceli Mergulhão, a pobreza não é justificativa para maltratar os animais domésticos, ou criá-los de qualquer jeito, a ignorância das pessoas sim, e para elas, não são apenas os pobres que são ignorantes a esse respeito.
“Um exemplo é a castração de cão macho. As pessoas não deixam os seus animais machos serem castrados, é uma polêmica quando a gente fala nisso, pois acham que o animal vai deixar de ser ‘macho’, se for de raça então, é ainda pior: ‘você quer transformar meu cachorro em bicha’, eles dizem. É muita ignorância”, lamentou a protetora. “A castração no macho não retira nada, é meio que uma vasectomia no homem”, explicou.
Sem comentários:
Enviar um comentário